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O PILOTO INGO HOFFMANN FARÁ TRANSPORTE DA AHPAS: TRANSPORTAR CRIANÇAS COM CÂNCER EM PRECÁRIAS CONDIÇÕES SOCIAIS AOS LOCAIS DE TRATAMENTOS É AÇÃO DE EXTREMA URGÊNCIA SOCIAL

São Paulo - 20/08/24
As crianças da periferia e da favela da capital paulista com câncer em estado grave que precisam se deslocar de suas casas aos grandes centros de tratamento estão entre a população mais sensível e afetada na pandemia: a AHPAS, entidade pioneira e única a oferecer esse transporte gratuito e que enfrenta há anos o trânsito e o câncer, necessita de apoio, nesse momento abriu-se uma fila em torno de 500 crianças que esperam para serem transportadas, pois correm alto risco de morte ao fazer o trajeto no transporte público e o câncer não espera!


Em 1999, após perder uma filha aos cinco anos de idade com câncer cerebral, Luiz Maurício de Andrade Silva e Tatiana Piccardi fundaram a AHPAS - Associação Helena Piccardi de Andrade Silva – que pronuncia-se “a paz” para preencher uma lacuna, um grande problema que as pessoas desconhecem, e de extrema importância para o tratamento e sobrevivência de muitas crianças e jovens com câncer: o transporte adequado e constante para as sessões de quimioterapia e tratamento hospitalar. As inúmeras crianças doentes e debilitadas pelo câncer: cadeirantes, amputadas, transplantadas da periferia da capital paulista que necessitam chegar aos centros de tratamentos e, que na maioria das vezes tem como única possibilidade o transporte público, necessitam agora nesse momento difícil da pandemia mais do que nunca, de um transporte cuidadoso e adequado.

Ingo Hoffmann, o maior vencedor do automobilismo nacional, com impressionantes 12 títulos, 60 pole-positions e 76 vitórias pela Stock Car, irá apoiar a AHPAS e participa de uma ação em prol da entidade http://www.ahpas.org.br. Ingo que também perdeu um filho com câncer cerebral – o mesmo da Helena - será o motorista de um dia até o importante centro de tratamento Hospital Infantil Darcy Vargas, na manhã do dia 24 de agosto. O piloto conta que conhece essa luta de perto. “Como tenho a minha própria instituição que é uma casa de abrigo para crianças com câncer, o Instituto Ingo Hoffmann, entendo ser de fundamental importância e o que significa esse transporte para as crianças e seus familiares. Apóio com prazer essa fantástica iniciativa”, explica Ingo Hoffmann que fará essa ação de urgência em apoio nessa fase difícil. O que o Luiz e a Tatiana perceberam na rotina da doença e pela necessidade de renovar o sentido após a morte da filha Helena ao fundar a AHPAS, é que a oferta do transporte diminui as chances de desistência do tratamento por dificuldades de locomoção em uma cidade de tráfego difícil como São Paulo.

Segundo dados do Inca – Instituto Nacional do Câncer – a previsão é de 12 mil novos casos de câncer infanto-juvenil no Brasil por ano, sendo 6 mil apenas na região Sudeste e desses, grande parte irá recorrer aos centros de tratamento de oncologia pediátrica da capital paulista. Com a onda de desemprego e recessão, a previsão é de que as crianças desemparadas socialmente serão ainda mais afetadas. Outro apoio importante nesse período da pandemia: são os veículos cedidos pela Volvo Car Brasil para o trajeto de ida e volta às residências e locais de tratamentos. Desde o início da pandemia, a AHPAS conta com 6 modelos da marca sueca, um SUV XC60 e um sedan S60, usados diariamente para o transporte das crianças, beneficiando 50 famílias nesse período. O transporte dessa ação com o Ingo também será feito em um veículo Volvo.

Com a pandemia todas as formas de captação de recursos da AHPAS foram suspensas como o bazar, os eventos, e diversas ações do último semestre. A entidade reconhecida e premiada por sua credibilidade e legitimidade do trabalho que vem desenvolvendo há anos só opera por meio de doações. E o trabalho da entidade precisa ser mantido e desenvolvido para que mais crianças possam ser atendidas. “A AHPAS é uma ponte que liga uma criança com câncer da periferia de São Paulo aos hospitais especializados, por meio de transporte regular, confortável e amoroso. Resultado: diminuição das chances e desistência do tratamento por dificuldades de locomoção e, consequentemente, aumento da qualidade da adesão ao tratamento e das chances de cura”, ressalta Tatiana Piccardi, fundadora da entidade.

“O trabalho da AHPAS é fundamental porque de nada adianta ter os melhores hospitais, os melhores médicos, melhores medicamentos se o paciente não consegue chegar para o tratamento”, afirma Celso Rodrigues, presidente voluntário da AHPAS. A AHPAS também viabiliza o transporte aéreo às crianças e familiares que necessitam chegar aos grandes centros de tratamento.

Como surgiu e como funciona

A prática do trabalho da AHPAS acontece nos trajetos que realiza com as crianças e os jovens. Cada trajeto ocorre assim: o motorista (ou voluntário motorista, quando necessário) da AHPAS vai até a casa do jovem paciente em tratamento médico, em geral, localizada em favelas na periferia de São Paulo (distantes às vezes mais de 50km do centro); ajuda a acomodar o jovem no veículo; conversa com ele e seu acompanhante para deixá-los à vontade. O objetivo é fazer com que o jovem atendido fique mais alegre e disposto para o dia que se inicia. Em geral, além do motorista treinado, um voluntário devidamente sensibilizado está presente com a finalidade de tornar o trajeto mais aconchegante. É oferecido \"lanchinho\" (quando os trajetos são muito longos), com suco e água (o que os jovens pacientes mais consomem), travesseiros para apoio, cobertor para os dias frios, além de brinquedos, revistas e livros para entretenimento. Principalmente, oferece-se silêncio respeitoso quando o jovem está muito cansado ou indisposto, preferindo dormir ou ficar bem \"sossegadinho\" apoiado em seu acompanhante (em geral a mãe).

Chegando ao hospital, motorista e voluntário ajudam o jovem a desembarcar e aguardam sua liberação (depois de algumas horas) para irem buscá-lo no hospital e levá-lo de volta para casa. Nos períodos em que o jovem ou a criança faz quimioterapia é comum que fique enjoado, com vontade de vomitar. Para proporcionar-lhe o máximo conforto, há sacos plásticos e papel toalha a bordo e o carinho do voluntário e do motorista.

Porque foi fundada

Existem muitas crianças que não conseguem chegar ao local do tratamento pelo fato dos pais não terem automóvel em uma cidade como São Paulo, e tampouco recursos para aplicativos em um dos polos de tratamento de câncer do Brasil. É indispensável o transporte terrestre com conforto para garantir o acesso ao tratamento e o consequente aumento das chances de cura. É preciso evitar que muitos doentes abandonem os tratamentos por dificuldades de locomoção, o que é comum devido às dificuldades de deslocamento e à desinformação. Por isso, Luiz Maurício de Andrade da Silva e Tatiana Piccardi criaram, em
1999, a Associação Helena Piccardi de Andrade Silva – AHPAS (pronuncia-se \"A Paz\"!), entidade sem fins lucrativos, destinada a prestar assistência no transporte aéreo e terrestre para crianças e adolescentes com câncer em período de tratamento. Luiz e Tatiana perderam sua filha Helena, aos cinco anos de idade, vítima de câncer. A entidade surgiu, explica Tatiana Piccardi, e mãe de Helena, \"da necessidade de transformar uma dor depressiva em uma dor solidária e transformadora\". Para saber mais sobre a AHPAS, visite o site: http://www.ahpas.org.br